(Fotos: arquivo Sonia Theodoro da Silva)
Ontem, 27 de julho de 2012, as Olimpíadas de Londres foram abertas. Muito mais do que apenas disputar, há o consenso de participação, de autosuperação, de confraternização entre os povos, entre atletas de diferentes culturas dos cinco continentes, num dos aspectos que podem unir a todos: o esporte, além da música. E ambos estavam presentes na festa de Abertura de ontem.
Os ingleses encenaram quadros sobre a história do Reino Unido (lógico), com apelo shakespeariano à união e ao destemor (discurso de Rei Lear com o ator Kenneth Branagh) mas também deixaram claro que apoiam iniciativas que induzam à Paz e a Confraternização. Um exemplo disto foi a presença da brasileira Marina Silva, que entrou carregando a bandeira com os anéis olímpicos juntamente com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o maestro argentino Daniel Barenboim (veja o nosso artigo em http://filosofandocotidiano.blogspot.com) e prêmios Nobel da Paz. A ex-ministra brasileira é reconhecida internacionalmente por seu trabalho em defesa do meio ambiente. O único momento dissonante da festa foi a entrega da bandeira por parte dos portadores representantes da Paz a militares das três armas - num significativo "recado" subliminar porém evidente de que quem mantém a "paz" é a guerra; a presença dos guarda-costas junto a presidentes ou seus representantes, e do aparato militar presente na cidade que o diga.
A Filosofia Espírita, que chegou até nós num dos momentos mais importantes de nossa evolução, num país que, embora portador da bandeira "Igualdade, Fraternidade e Liberdade" foi quase destruído pela 1a. Guerra Mundial e na sua sequência (já que apenas fora assinado um armistício em 1917), deixa claro que essa duplicidade, essa convivência entre a Paz e a guerra tem que terminar. Seja porque ela é fomentada pelos interesses mesquinhos dos líderes das nações, seja porque o ser humano ainda a mantém ( a guerra) dentro de si.
Um sinal inequívoco de que a maioria opta pelas ações em prol da Confraternização universal, com apoio aos Pacificadores, foi a presença deles carregando a bandeira branca das Olímpíadas, bem como a presença dos corajosos atletas dos países que se encontram em guerra atualmente, a destacar os sírios e o olhar de seu porta bandeira, ao mesmo tempo alegre, pela presença na festa olímpica e triste pela tragédia que ocorre em seu país.
O mundo que queremos passa pelo respeito à Vida, de qualquer forma manifesta. Os ensinamentos dos grandes mestres e do maior deles, Jesus de Nazaré, evocam sempre essa mensagem: fomos criados pelo e para o Amor - amor sublimado que se expressa através de gestos como esse que acabamos de ver. Porém, os pequenos gestos do cotidiano refletem a nossa adesão ao Bem, aquele Bem definitivo que todos ansiamos ver nos outros, mas que poucas vezes temos exercitado em nós mesmos de forma definitiva.
Fotos: arquivo Sonia Theodoro da Silva; Imagens: TV Record, São Paulo.
O Espiritismo é uma Doutrina filosófica, de efeitos religiosos, como qualquer filosofia espiritualista, pois vai ter às bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, e a vida futura. Mas não é uma religião constituída, visto não ter culto, rito, templos e, entre os seus adeptos, nenhum recebeu nem tomou o título de sacerdote ou de sumo-sacerdote. (Allan Kardec, Obras Póstumas)
Educar para o pensar espírita é educar o ser para dimensões conscienciais superiores. Esta educação para o Espírito implica em atualizar as próprias potencialidades, desenvolvendo e ampliando o seu horizonte intelecto-moral em contínua ligação com os Espíritos Superiores que conduzem os destinos humanos.(STS)
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