Segundo os dicionários, esperança é o substantivo feminino
que indica o ato de esperar alguma coisa, mas também pode ser sinônimo de
confiança. Ter esperança é acreditar que alguma coisa muito desejada vai
acontecer. Paulo de Tarso, em sua
Epístola aos Romanos (15:4), diz “porque tudo que dantes foi escrito, para
nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras
tenhamos esperança.” Paulo certamente se
referia às palavras de Jesus contidas em seus ensinamentos morais e coletados
posteriormente por Allan Kardec no Evangelho espírita.
Evangelho do Jesus, feito de incontáveis palavras de
esperança, infelizmente hoje relegado ao esquecimento perante os desafios
existenciais que se sucedem, de forma ininterrupta, e que atuam como móvel de
desligamento do ser de sua transcendência divina, pois para um cristão, ter
esperança é saber que apesar das dificuldades que enfrenta nesta vida, o melhor
ainda está por vir.
Tema de estudos na Grécia Antiga, Eurípedes e Tucídides,
afirmavam que a esperança, enquanto espera, era um desejo ou uma aspiração
relacionada com a confiança.
A concepção de homem, segundo Gabriel Marcel o caracteriza
como homo viator, isto é, como um ser itinerante, inacabado, ainda por se
fazer. Em seu caminhar depara-se com um mundo quebrado, onde o ter prevalece
sobre o ser, levando os humanos a isolarem-se e, consequentemente,
autoconsumirem-se na solidão e no desespero. E é exatamente neste contexto – o
do beirar a solidão desoladora – que Marcel entoa um hino à esperança, única
postura capaz de fazer-nos galgar em comunhão os montes e altos píncaros de
nossa jornada.
O filósofo francês sustenta que a única saída para a
construção de uma civilização nova e esperançosa somente se torna possível no
horizonte da comunhão, da fidelidade e do amor.
Semelhante ideia que Marcel desenvolve, a doutrina espírita
oferece a todos os que dela se aproximam; nesta vida temos desafios, dores,
aflições, alegrias, sorrisos e lágrimas. Somente com o consolo de nos sabermos
filhos amados de um mesmo Pai que por todos vela através de suas leis
misericordiosas, e que sempre nos oferece renovadas esperanças de continuarmos,
pode nos manter vivos e confiantes.
A Filosofia Espírita é assim, um saber que incita o pensamento
a despertar-se sempre. O verdadeiro conhecimento trazido pelo Espiritismo é
inabalável diante das mudanças que ocorrem à nossa volta e sempre presentes em
nossas vidas.
A Filosofia Espírita é assim, feita de Verdades eternas, de
princípios eternos e imutáveis, os quais vamos compreendendo o alcance a partir
na nossa própria evolução intelecto-moral. Tenhamos fé, a fé raciocinada que
alimenta a esperança e coroa as nossas vidas com o amor tão almejado porque
compreendido e vivenciado, sem receios, sem expectativas, mas com muita
confiança.
Sonia Theodoro da Silva.