Alguns
atribuem a sua vinda como apenas uma das muitas visitas que Ele fez ao mundo,
já que por diversas vezes estivera entre nós e ainda voltaria. O seu nascimento
de uma jovem virgem apenas repetiu as tradições que envolvem o nascimento de
muitos deuses, já que o processo natural da encarnação jamais poderia compor a
biografia de um deus, pois a concepção tinha quer ser igualmente divina – assim
também nasceram os heróis mitológicos, estes, contudo, frutos do amor carnal
entre deuses e mortais. As
profecias relatadas antes de sua vinda
como Jesus, os fenômenos na noite de Natal, a total ausência de informações sobre
sua adolescência até a idade adulta, reforçam o miraculoso e o
sobrenatural que abarcam a sua presença.
Muitos
investem na ideia de que Ele é um ser extraterrestre que chega na Terra pelos
meios tecnológicos altamente avançados de seu planeta. Outros querem que Ele
seja como um homem comum, despido da mitologia que cerca Seu nome e Vida,
contudo pleno de virilidade e de consequente paixão por uma mulher,
preferencialmente aquela que estava próxima a Ele, e dotada do carisma da
mulher bela e vivida.
Muitos ainda
o querem um grande profeta que rivaliza com outro considerado grande e
responsável pela criação de uma vertente religiosa monoteísta; ou seria ele
apenas um rabino mal compreendido ou ingênuo que desafiou os poderes de seu
tempo representados pelo povo escolhido e pelo conquistador romano? Sim, pois jamais seria o Messias aguardado já
que o mundo permanece em conflito, as enfermidades ceifando vidas, as guerras
destruindo nações inteiras; jamais um
Messias seria julgado, morreria na cruz infame, e muito menos ressurgiria da
morte a conversar com seus discípulos.
Que
competência teria alguém nascido de mulher para perdoar pecados, curar
leprosos, dar olhos aos cegos, expulsar demônios?
Sem dúvida
muitas dúvidas e interpretações ainda surgirão em torno Dele. Porém o pior são
as criações fantasiosas e criativas que continuam a monopolizar as atenções,
afastando-nos da Sua presença reconfortante e amiga.
O
Espiritismo, surgido entre nós como a
síntese do conhecimento, daquele conhecimento despido das suposições meramente
humanas, filtrado nas intuições e nas inspirações captadas dos mentores amigos pelos estudiosos
trabalhados pelas reencarnações até alcançarem
a sutileza de espírito necessária àquele que tem olhos de ver e ouvidos
de ouvir com sabedoria, pode dar-nos as melhores e mais lúcidas condições de
bem compreendermos o Mestre e suas lições.
E todo este
Conhecimento foi transmitido a Allan Kardec, de
maneira simples e objetiva, sem convocações a chancelas academicistas de
qualquer sorte; sem religiosismos ou evangelismos; sem ceticismo cientificista,
sem interpretações humanas temporais porque estas estão presas ao tempo, à
duração humana, não à eterna.
Sonia Theodoro da Silva, bacharelanda em Filosofia. www.filosofiaespirita.org